segunda-feira, 24 de outubro de 2016

kuon-ganjo [久遠元初] (Jpn)


Literalmente, “kuon” significa “remoto passado” e “ganjo”, o “início de tudo”.
Juntos, “kuon ganjo” indicam o “tempo sem início”.
Esse conceito não se refere apenas a um determinado momento ocorrido há muito tempo atrás ou no infinito passado. Mas, não devemos confundir com tempo, podemos pensar em kuon ganjo como o momento (ou a realidade) que existiu no infinito passado, antes de tudo o que existe e que se mantém até hoje, neste exato instante, e que continuará a existir pelo mais distante futuro.



Em “A sabedoria do Sutra de Lótus, um diálogo sobre religião no século XXI”, o presidente Ikeda explica: “O Buda do tempo sem início, ou kuon ganjo, o Buda que existe eternamente sem início ou fim é a própria vida do Universo. É o constante e incessante trabalho de conduzir todos à iluminação, sem um instante de pausa. De fato, esse Buda eterno e nós próprios somos um só. Isso significa que nós próprios viemos trabalhando para conduzir as pessoas à felicidade e empenhando-nos pelo Kossen-rufu desde o remoto passado, e não somente nesta existência.” (Brasil Seikyo, edição no 1.491, 16 de janeiro de 1999, pág. 3.)

O presidente Ikeda afirma: “Kuon ganjo é outro nome para a vida que não tem início nem fim. Não se refere à doutrina do tempo, mas sim à doutrina da vida” (Brasil Seikyo, edição nº 1.542, 5 de fevereiro de 2000, p. 4).

O Mestre continua
“A verdade que se encontra nas profundezas da vida, a verdade do Universo que atua incessantemente, é chamada kuon ganjo. [...] Nitiren Daishonin diz: ‘Kuon significa o que não foi criado nem adornado, mas que permanece em seu estado original’. O que ‘não foi criado’ significa inerentemente dotado e não indica um momento específico no tempo” (BS, ed. 1.491).


Kuon Ganjo pode ainda ser visto como um estado de vida inerente e eterno na vida de todos os seres, é um conceito que transcende a idéia de que o Karma acontece numa seqüência de tempo dando meios para que qualquer ser humano atinja o estado de Buda, imediatamente, no momento presente.
A cada instante em que oramos o Nam-Myoho-Rengue-Kyo é Kuon Ganjo, é o tempo sem início. Assim podemos fazer com que a cada dia a vida suprema, pura e universal se manifeste em nosso ser.



O presidente Ikeda conclui: “Agora é kuon ganjo, o tempo sem começo. O ‘começo’ é exatamente agora. O passado já se foi. O futuro ainda não chegou. Tudo que existe é o momento presente. E o presente torna-se passado num instante. Se vocês disserem que algo existe, então existe; se disserem que não existe, não existe. É isso o que significa não substancialidade. Nesse estado de não substancialidade, a vida continua de momento a momento. Fora esse ‘momento’, a vida não tem nenhuma realidade. Sentimo-nos felizes num momento, mas no instante seguinte nos encontramos em aflição. Considerar esse momento da vida como o efeito direto de alguma causa que fizemos no passado significa pensar em termos do Verdadeiro Efeito. Significa pensar, em outras palavras, ‘Eu fiz tal coisa, portanto, aconteceu isso comigo’. Mas ter simplesmente essa perspectiva não fará surgir a esperança. O importante é considerar a própria vida no presente momento como a ‘causa’ para criar os efeitos futuros. Essa é a verdadeira causa que alcança as profundezas do ser. Não se trata de uma causa superficial. Verticalmente, nossa vida está arraigada na vida do tempo sem começo. Horizontalmente, ela é a Verdadeira Causa que permeia todo o mundo Dharma. Esse é o Nam-myoho-rengue-kyo, a grande vida eterna, a grande lei, que movimenta todo o universo e cria um constante desenvolvimento. Portanto, quando acreditamos que o Gohonzon é a incorporação dessa Lei, recitamos a Lei Mística e entramos em ação, experimentamos neste momento o tempo sem começo. E é então que brota essa força vital eternamente pura e ilimitada, que ‘não foi criada nem adornada, mas permanece em seu estado original’. Nós desfrutamos uma total liberdade tanto no passado como no futuro. O Budismo Nitiren é o ‘budismo da esperança’. Se nos esquecermos desse ponto, todos os nossos esforços serão em vão” (BS edição n. 1.579, 11 de novembro de 2000, p. 3).

Fontes: Revolução Humana, Nova Revolução Humana, Jornal Brasil Seikyo e CEND Vol. 1.